UTIs pediátricas no Oeste atingem capacidade máxima

Quatro das oito macrorregiões de Santa Catarina operam com 100

UTIs pediátricas no Oeste atingem capacidade máxima
Foto: Divulgação

A taxa de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) em Santa Catarina segue elevada em todas as macrorregiões do estado. Dados atualizados nesta quarta-feira (12) pelo Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS (CIEGES/SC) apontam que a taxa geral está em 93,6%.

Santa Catarina conta com 1.422 leitos de UTI geral ativos, dos quais 1.331 estão ocupados e 91 disponíveis. A situação mais crítica é na macrorregião Oeste, com 99% de ocupação. Na sequência, aparecem o Planalto Norte e Nordeste (98,6%), Grande Florianópolis (96,1%), Meio-Oeste e (94,2%), Foz do Rio Itajaí (93,1%), Serra Catarinense (91,7%), Vale do Itajaí (90,3%). A menor taxa foi registrada no Sul, com 85,8%.

Créditos: CIEGES

UTIs pediátricas

A taxa de ocupação das UTIs pediátricas também preocupa. O índice estadual está em 83,2%, com 153 dos 184 leitos disponíveis ocupados. Quatro das oito macrorregiões operam com 100% de ocupação: Oeste, Serra Catarinense, Grande Florianópolis e Planalto Norte e Nordeste. No Sul, o índice é de 78,3%, Meio Oeste (77,8%) e Foz do Rio Itajaí (70%). A menor foi registrada no Vale do Itajai, com 61%.

Baixa vacinação e frio intenso elevam ocupação

Com a alta circulação de vírus respiratórios neste outono, Santa Catarina registra pressão crescente sobre o sistema de saúde, especialmente nas UTIs pediátricas. Em Chapecó, o Hospital Regional do Oeste atua no limite da capacidade e reforça os alertas à população. A situação é reflexo da baixa vacinação no estado, que não atingiu 50% do público alvo.

A direção do Hospital Regional do Oeste afirmou que os 10 leitos na UTI pediátrica estão ocupados, reflexo do aumento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAGs). Embora todos os leitos estejam sendo utilizados, não há fila de espera para a UTI pediátrica no momento.

A instituição destaca que, no ano passado, a abertura de cinco novos leitos com apoio do Governo do Estado foi fundamental para reforçar a assistência neste período de maior demanda.

A situação preocupa médicos e autoridades de saúde. De acordo com o Dr. Ismael Galina, pediatra intensivista, os meses mais frios exigem atenção redobrada, principalmente com bebês pequenos, que são mais vulneráveis a complicações respiratórias. O médico faz um apelo direto às famílias: "Bebês pequenos não recebem visita. Bebês pequenos não vão ao shopping. Bebês pequenos não vão à igreja. Bebês pequenos não saem de casa."

A recomendação é clara: evitar exposição precoce a ambientes fechados, aglomerações e contato com pessoas gripadas. "Medidas simples como higiene frequente das mãos e cuidado com objetos compartilhados fazem toda a diferença", alerta o médico, que reforça ainda a importância da vacinação.

Alta demanda também afeta Hospital da Criança

O Hospital da Criança (HC) em Chapecó também enfrenta pressão. Atualmente, os 32 leitos de enfermaria clínica pediátrica estão ocupados, sendo a maior parte por casos de síndrome respiratória aguda grave. Embora a UTI pediátrica ainda não tenha fila de espera, o volume de atendimentos cresceu nos últimos meses.

Segundo dados do hospital, o Pronto Socorro Pediátrico registrou aumento de 127% nos atendimentos entre fevereiro e maio - passando de 3.219 para 7.318 casos. Nos primeiros 11 dias de junho, já foram 2.300 atendimentos registrados. Desde o ano passado, o Hospital da Criança passou para a gestão estadual, o que permitiu ampliar a capacidade de atendimento.

Vacinação contra a gripe ainda está abaixo de 50%

Apesar da disponibilidade das vacinas contra a gripe em todo o estado, a taxa de cobertura entre os grupos prioritários está abaixo dos 50%, tanto no HRO quanto no Hospital da Criança, em Chapecó. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) e as direções hospitalares reforçam que a vacina é a principal aliada na prevenção de casos graves de doenças respiratórias, especialmente em crianças e idosos. "A vacina salva vidas. É fundamental que todos acima dos seis meses procurem um centro de vacinação o quanto antes", reforça a direção do HRO.

Orientações à população

A Secretaria de Estado da Saúde e os profissionais de saúde reforçam algumas orientações essenciais neste período: ? Mantenha a vacinação contra a gripe em dia, inclusive para crianças a partir de seis meses. ? Evite expor bebês pequenos a locais públicos, fechados ou com aglomeração. ? Redobre os cuidados com a higiene das mãos e desinfecção de objetos compartilhados. ? Busque atendimento médico ao primeiro sinal de sintomas respiratórios, como febre, tosse persistente ou dificuldade para respirar.

O que diz o Estado

Em nota emitida pelo governo do estado na última quarta-feira (11), 91 leitos de UTI estão disponíveis, sendo 28 para adultos, 31 neonatais e 32 pediátricos. A taxa média geral de ocupação desses leitos é de 93,6%. As principais causas de internação em leitos de UTI adulto nos hospitais do Estado são doenças respiratórias, cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

No Oeste, atualmente há 10 leitos de UTI disponíveis. Além disso, também estão disponíveis 17 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal e 739 de enfermaria.

Conforme dados do CIEGES/SC, o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza no ano de 2025 é menor em comparação ao mesmo período de 2024. Mas há um aumento de casos desde o final do mês de abril, que pode continuar nas próximas semanas, considerando a chegada do frio mais intenso.

Fonte: Diário do Iguaçu